Vidas, corpos e experiências de inclusão
Em diferentes partes do mundo, a democracia é ainda extremamente frágil e constantemente ameaçada por forças de pensamento conservadoras. A exclusão e a segregação sociais têm aparecido em diversas formas de políticas, sejam públicas ou nas micropolíticas, a exemplo da necropolítica, da aporofobia, do genocídio e do capacitismo. O debate sobre a construção democrática perpassa reflexões sobre impactos dos acontecimentos sociais sobre as vidas e as experiências de bebés e de crianças. Como a biopolítica é corporizada na vida quotidiana de bebés e de crianças pequenas? O desenvolvimento infantil ainda tende a ser interpretado a partir da normalização dos corpos das crianças, estabelecendo um padrão e uma norma esperada socialmente, geralmente fundamentada cientificamente. As crianças que se desenvolvem de formas e em ritmos que não atendam às expectativas da norma, acabam sendo enquadradas em processos de medicalização da sociedade e da educação. Neste eixo, as discussões pretendem possibilitar a reflexão sobre como a sociedade respeita, acolhe e inclui diferentes formas de viver, diferentes corpos infantis e de profissionais da infância. Também pretende discutir quais lugares as crianças e bebés com deficiência e necessidades específicas assumem nas práticas sociais de educação e na vida quotidiana de instituições educativas, escolares e não escolares, na cidade, em espaços públicos, no campo e nas mais diferentes comunidades.